Procurado desde 2001 e preso nesta segunda-feira (19), o promotor Igor Ferreira da Silva passou a noite em uma delegacia da zona leste de São Paulo e será encaminhado na manhã desta terça-feira (20) para a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Condenado a 16,5 anos de prisão pela morte de sua ex-mulher, Patrícia Aggio Longo, Igor passou por exames no Instituto Médico Legal antes de ser transferido.
Tremembé é o destino da maioria dos presos suspeitos de crimes de grande repercussão no pais. Lá estão o médico Roger Abdelmassih, investigado pela prática de dezenas de estupros contra clientes de sua clínica de fertilização, e o jovem Lindemberg Fernandes, preso após o sequestro e morte da namorada, Eloá Pimentel.
Anna Carolina Jatobá, a madrasta de Isabella Nardoni, e Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais, vivem hoje na Penitenciária Feminina de Tremembé.
Os presídios da cidade também abrigam os irmãos Cravinhos, condenados pela morte dos pais de Suzane Richthofen, Alexandre Nardoni, pai de Isabella e Mateus da Costa Meira, que abriu fogo contra a platéia em um cinema de São Paulo.
Igor era foragido da polícia e foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão, em 2001, pela morte de Patrícia, que estava grávida de sete meses. O crime aconteceu em Atibaia, a 60 km de São Paulo, em 1998.
O ex-promotor foi preso por volta das 15h30 desta segunda na Rua Dentista Barreto, na Vila Carrão, na Zona Leste de São Paulo. Após denúncia anônima, a delegada foi no próprio carro, sem identificação, até o local onde estava o foragido. Segundo Adanzil Limonta, ele não reagiu à prisão, estava bastante abatido e pesando 50 kg.
Interior de SP
À polícia o ex-promotor disse que passou o tempo todo escondido no interior do estado, mas não especificou a cidade, e negou que tivesse ido para o exterior. De acordo com o delegado Nelson Silveira Guimarães, da 5ª Seccional, Igor Ferreira da Silva se mostrou emocionalmente abalado e disse que “estava cansado” de fugir e sem dinheiro.
O ex-promotor disse também que precisava cumprir o que ele chamou de "karma". “Ele disse que, se não conseguisse provar a sua inocência na Justiça, iria cumprir a pena”, contou.
Segundo o delegado Guimarães, o ex-promotor falou pouco sobre o período em que esteve foragido e se reservou ao direito de falar em juízo. Até as 18h30 desta segunda-feira, Igor Ferreira da Silva não tinha constituído advogado. "Ele não quer conversar, não quer falar. Ele disse que estava cansado porque ficou no interior, sem dinheiro, com problemas nos dentes, com problemas de saúde."
O ex-promotor culpa um ladrão que, segundo ele, abordou sua mulher na rua. Segundo ele, Patrícia Aggio Longo foi então sequestrada e morta. Ela levou dois tiros na cabeça.
A Procuradoria, no entanto, acusou o promotor de ter matado a mulher. Um teste de DNA realizado mostrou que o bebê não era filho de Igor.
Em 2006, o Órgão Especial do TJ decretou a perda do cargo de promotor. Segundo a Agência Estado, o mandado de prisão do ex-promotor tinha validade até 17 de abril de 2021, quando então prescreveria a condenação.
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