quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Em meio a polêmicas, São Sebastião inicia debate sobre toque de recolher

Impedir que jovens de até 18 anos fiquem fora de casa após às 23h. Essa é a ideia do toque de recolher, assunto que começa a ser discutido hoje na primeira audiência pública sobre o tema. A reunião será realizada a partir das 19h, na Escola Estadual Walkir Vergani, situada na Praça Elpídio Romão Teixeira, no bairro de Boiçucanga, na Costa Sul de São Sebastião. Em meio a polêmicas sobre a sua legalidade, deverão comparecer representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, entidades organizadas e população local.
Durante a audiência, os participantes irão discutir e elaborar estratégias sócio-educativas para diminuir a violência infanto-juvenil, levando em consideração as pesquisas recentes que apontam o aumento de homicídios dos jovens entre 12 e 18 anos. No Litoral Norte, por exemplo, dados fornecidos pela Delegacia Seccional apontam que quatro pessoas nesta faixa etária foram assassinadas no primeiro semestre. Desse total, dois eram de São Sebastião.
Na cidade, o toque de recolher veio à tona com o vereador Amilton Pacheco (PSB), que defendeu a implantação do sistema na sessão da Câmara Municipal do último dia 28 de abril, quando eram abordados problemas de segurança. Na época, ele afirmou que toque de recolher é uma necessidade e pode reduzir os índices de violência.
“A criminalidade ganhou um status muito grande. Não podemos ficar a mercê disso pra sempre”, disse. “Queira ou não, essa ideia é uma maneira de reforçar a nossa segurança”, complementou.
Contudo, o representante do Poder Legislativo explicou que não vê a medida como um ato repressor. Para Pacheco, é um ato preventivo e auxilia as famílias. “Antes o nosso toque de recolher era a cinta do pai, mas hoje é bem diferente. A forma com que se educa o jovem é mais branda, mais aberta. Por isso, acho que essa medida não vale como um toque de recolher, mas sim como um controle”.
Além da Escola Walkir Vergani, a Regional Costa Norte, no dia 17 e o Teatro Municipal, na Rua da Praia, receberão as outras duas audiências públicas sobre o sistema. Em ambos os locais, os encontros terão início, às 18h.

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