quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O EDITORIAL DO JORNAL IMPRENSA LIVRE DESTACA A REALIDADE DA NOSSA SAÚDE

Pronto Socorro



“Os telefones do Imprensa Livre, assim como os e-mails da redação, registraram recordes no recebimentos denúncias e pedidos de melhorias
no setor”

Vivian Lima

Em tempos de gripe suína, suspeitas de caxumba e malária na região, notamos um agravamento no quadro da saúde do Litoral Norte. Os telefones do Imprensa Livre, assim como os e-mails da redação, registraram recordes no recebimento de denúncias e pedidos de melhorias no setor. Infelizmente nosso poder nesse caso, se limita a trazer os problemas à tona, e cobrar as providências do Poder Público.
Na última semana, noticiamos a greve dos médicos em São Sebastião, que cruzaram os braços por falta de salários. Enquanto a prefeitura busca alternativas para desembolsar um dinheiro que já foi destinado aos servidores da saúde, a responsável pelo repasse, a antiga administradora do Hospital de Clínicas, Pró Saúde, se esconde sem dar nenhuma satisfação ao município, onde prestou serviços de novembro de 2007 até o mês passado.
Na última sexta-feira, relatamos também o caso do aposentado de 78 anos, que teria esperado mais de três horas para ser atendido na Casa de Saúde Stella Maris, em Caraguá, e só conseguiu o feito após a chegada da polícia. O caso foi parar no Ministério Público.
No início do mês, foi a vez de munícipes de Ilhabela tomarem a iniciativa de ligar para o jornal e denunciar anonimamente supostas irregularidades no Hospital Mário Covas, motivados pelo falecimento da funcionária pública, gestante, vítima da gripe suína.
Sem dados concretos, a redação recebeu também informações de que uma morte, causada pela gripe suína, teria sido omitida em Caraguá. A prefeitura negou, porém a insegurança da população permanece. Em Ubatuba, as reclamações envolvendo a Santa Casa foram parar no Legislativo e levantou uma polêmica CPI, posteriormente engavetada.
Estamos exercendo o papel de ouvidoria pública e oferecemos um suposto conforto à população, que sofre sem respostas e soluções. O Imprensa Livre recebe os pedidos de socorro da população, que não sabe para quem reclamar pelo tempo de espera para atendimento.
O governador José Serra disse no início do ano, durante a inauguração do AME, em Caraguá, que o Ambulatório Médico de Especialidades seria o “poupatempo” da saúde. Na realidade, vemos pessoas confusas que gastam sem condições, o dinheiro de diversas passagens de ida e volta em vão, com informações desencontradas. Isso sem contar com a demora na fila do atendimento da unidade.
Oficialmente, a administração da unidade diz que a deficiência está no agendamento dos municípios, e que o processo é simples. Na realidade, acompanhamos a espera de uma paciente que aguardou quase quatro horas para ser atendida, isso porque ela tinha horário marcado e chegou com antecedência, um verdadeiro “poupatempo”.
Sabemos que a questão da saúde não é simples nem em países do “primeiro mundo”, como nos Estados Unidos, onde Barack Obama perde popularidade na tentativa de implantar uma reforma na saúde, e levanta a questão do “painel da morte” como redução de custos. Mas é preciso boa vontade para implantar reformas e dinamizar o processo. Falta compaixão com os necessitados de atendimento, e aos que muitas vezes estão nos seus últimos dias.
O governo do Estado quer implantar um novo sistema na saúde e ao que tudo indica, a lei complementar do governador que abre a possibilidade de terceirização de toda a rede estadual de saúde vá a voto a partir desta semana. Hoje, 25 hospitais do Estado são administrados por “entidades privadas sem fins lucrativos”, as chamadas organizações sociais (OSs).
Fica a torcida para que a nova proposta seja mesmo a luz do fim no túnel e não o farol de uma locomotiva em sentido contrário, pelo menos nas unidades estaduais. Enquanto aguardaremos soluções rápidas em nossos municípios.

PARABÉNS AO JORNAL IMPRENSA LIVRE PORQUE NESSA MATÉRIA DESTACA O QUE O POVO GOSTARIA DE FALAR. É A PURA REALIDADE NUA E CRUA.

FONTE:IMPRENSA LIVRE

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