terça-feira, 10 de novembro de 2009

Site SOS buscas auxilia na busca de crianças desaparecidas




É no endereço www.sosbuscas.com.br o endereço eletrônico onde repousa um pouco da esperança de inúmeras famílias que tiveram filhos ou parentes desaparecidos, crianças ou adultos. Recém criado, o site já tem seis crianças – fotos, nomes e data do desaparecimento. Todas elas desaparecidas no Litoral Norte. Único na região, ele nasceu do trabalho voluntário de inúmeras pessoas.
“Tivemos uma grande ajuda da equipe de comunicação do prefeito Toninho Colucci, de Ilhabela, que criou o site. E várias outras pessoas continuam colaborando”, diz seu idealizador, há 20 anos militante do trabalho samaritano de prevenção ao suicídio, o SOS Samaritano, e um dos responsáveis pela presença deste serviço hoje na região.
Ele se nega a ser identificado, diz “que não quer se promover a custa do sofrimento alheio”, e conta que foi justamente no trabalho do SOS, ao atender mães desesperadas, que surgiu a ideia de construir o site.
“Esta é uma dor que não acaba nunca mais, que enlouquece as famílias e dura o resto da vida. Muitos pais querem morrer, pois acham que do outro lado estarão novamente juntos com o filho desaparecido”, conta ele, que já realizou vários atendimentos aos pais nesta situação.
Entre os apoios que recebeu, ele destaca o da TV Vanguarda. Ainda em negociação, ele pode resultar na veiculação por um ano, de um filme que visa estimular as pessoas a consultarem o site. Também este filme está sendo feito por amigos, também eles voluntários samaritanos.
No dia da entrevista, muito satisfeito, ele contou outra vitória: “Conseguimos ontem um novo programa que vai atualizar o rosto dos desaparecidos. Isto é muito importante no caso de crianças. Assim teremos a foto delas com a idade em que desapareceram e uma simulação do rosto atual para ajudar na localização”, conta ele.
Na verdade, apenas uma provável aparência atual, pois o programa foi criado para padrões de normalidade.
No caso das crianças desaparecidas, no entanto, o sofrimento pelo qual passam é tão grande que a fisionomia pode sofrer transformações enormes, a ponto de ficar irreconhecível.
Outra vitória, já quase concreta, são as negociações com o Delegado Seccional do LN, Múcio Alvarenga. O movimento está solicitando a liberação de informações e registros das delegacias sobre desaparecidos para abastecer o site.
Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, apenas no Estado de São Paulo são 13 mil pessoas desaparecidas por ano. A metade delas, crianças, e a maioria – 99% - pobres. “São crianças que estão na rua, de famílias cujas casas, pequenas demais, não comportam todos e as crianças ficam pela rua brincando”, explica ele.
Segundo os especialistas, quadrilhas especializadas dão às crianças sequestradas destinos cruéis: tráfico de órgãos, prostituição, trabalho escravo e outras formas de exploração. Ainda segundo aquele órgão, apenas 1.700 pessoas desaparecidas são localizadas, mortas ou vivas, no país todo. Em relação às crianças, os números referentes à localização são insignificantes. Os poucos retornos geralmente são oriundos de casais que tinham brigado, um dos cônjuges foi separado da criança, mas depois voltou a ter notícias dela.
Entre os casos que acompanhou no LN, ele cita o de uma mãe cujo filho desaparecido acabou morto pela polícia de Goiás durante um tiroteio. “Descobrimos isso este mês. Ela largou tudo e foi para lá, e não descansará enquanto não recuperar o corpo do filho”, relata, emocionando-se ao relembrar. Sua experiência, entretanto, também contém histórias com finais felizes.
A mais incrível delas é a de uma senhora residente em São Sebastião. Quando pequena, seus pais brigaram, se separaram e “espalharam” os filhos. Seu sonho era encontrar o resto da família. “Com o nome de um irmão dela, procuramos a Caixa Econômica Federal e ele acabou localizado por meio da listagem do Pis/Pasep. O mais incrível é que era vizinho da irmã aqui em São Sebastião.
Já tinha até brigado com o cunhado por causa de cachorro”, conta. Incansável, depois do site, ele já acalenta novos sonhos: “Muitos cegos nos procuram no SOS. Este grupo está precisando urgente de apoio e nós vamos procurar uma sala para instalar um curso de braile, o método de leitura para cegos. Já tenho até o professor. Voluntário, claro!”, conta.

Objetivos do SOS Buscas

1 - Contribuir para localização de pessoas desaparecidas
2 - Dar apoio a familiares
1 - Orientar como recorrer às autoridades
2 - Como fazer e acompanhar Boletim de Ocorrência
3 - Indicar, dependendo da cidade, como encontrar auxílio psicológico e psiquiátricos.
4 - Apoiar movimentos de reinvidicação pacíficos junto a autoridades e a sociedade.
5 - Redistribuir retrato e informações para outros grupos congêneres
6 - Divulgar retratos e informações pelos meios de comunicação
7 - No caso de pessoas adultas buscar junto a órgãos de governo, em listagens do gênero.
PIS/PASEP, FGTS
Como ajudar
Divulgando o “site” nas suas relações, Consultando o “site” periodicamente
Nos informar se reconheceram algumas das pessoas (faleconoscod@sosbuscas.com.br) Encaminhando pessoas que precisem do SOSBUSCAS Site: www.sosbuscas.com.br

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