terça-feira, 17 de novembro de 2009

Vereadores querem mais ônibus para “cadeirantes”

Mara Cirino

Se depender de Projeto de Lei 169 aprovado na Câmara de Caraguatatuba, todos os ônibus de transporte coletivo urbano deverão ser adaptados com elevadores para transporte de pessoas portadoras de necessidades especiais. A iniciativa, do vereador Pedro Ivo de Sousa Tau (DEM), visa corrigir o que ele considera uma deficiência para as pessoas que dependem do serviço.
“A empresa ganhou para prestar um serviço, mas muitos munícipes deixam de ser beneficiados porque não têm condições de usar o transporte. Eu mesmo soube de um caso de um passageiro que esperou mais de duas horas no ponto de ônibus para conseguir chegar ao seu destino”, disse o vereador. Quem também cobrou melhorias foi o parlamentar Celso Pereira, do mesmo partido, que observou que os ônibus adaptados só passam em algumas localidades, excluídos outros usuários. “Temos cadeirantes de ponta a ponta do município e eles precisam de atendimento”.
Durante a discussão a respeito do projeto, a vereadora Vilma Teixeira, esclareceu que em conversa com a Praiamar, responsável pelo transporte de passageiros no município, foi informada que em 2010, todos os veículos adquiridos pela empresa serão adaptados. “Cobramos uma série de ações por parte da Praiamar e temos sido atendidos em nossas reivindicações”, disse.
Hoje, a frota atual da empresa é composta por 38 veículos que fazem 20 linhas, segundo informações do gerente geral da Praiamar, Carlos Eduardo Martins da Silva, e desse total, 15%, equivalente a 5, são adaptados. “A partir do próximo ano, os novos veículos adquiridos pela empresa também terão elevadores (plataformas) e devemos chegar a 20% da frota adaptada”.
Ele atentou ainda para o fato do projeto aprovado ser inconstitucional. “Nós já seguimos determinação do que diz a lei federal sobre Acessibilidade e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) com relação ao atendimento ao deficiente físico. Não podemos seguir uma legislação menor”, adiantou.
Ainda conforme o gerente geral, os veículos especiais trafegam nos bairros onde há solicitação. Alguns já servidos por esses veículos são Tabatinga, Jaraguá, Vapapesca, Jardim das Colônias, Tinga e Morro do Algodão. Os pedidos podem ser feitos pela prefeitura, familiares ou mesmo instituição que atenda o portador de necessidades especiais.
Como exemplo ele cita duas universitárias moradores no bairro Tinga, na região central, que estudam no bairro Martin de Sá, no outro lado da cidade. “No horário que elas vão ou retornam da faculdade, é quando o ônibus com plataforma passa pelo ponto”.
Segundo informações da Associação dos Portadores de Necessidade Especiais de Caraguá (Aponec), hoje há 20 cadeirantes cadastrados pela entidade, mas esse número ainda não representa o universo real do município porque o levantamento oficial não foi concluído.
Recentemente, a pedagoga da entidade, Maria Rosa Del Masso Rodrigues, usou a tribuna da Câmara, para cobrar mais iniciativa do Legislativo com relação ao atendimento aos deficientes. Ela relatou que não adianta ter só o veículo se o usuário não consegue chegar ao ônibus em função de uma calçada inadequada.
Para esse problema, a Secretaria de Urbanismo está prestes a concluir os estudos para a adequação da Lei de Acessibilidade no município. Entre algumas ações previstas, está a melhoria dos passeios públicos.


FONTE: IMPRENSA LIVRE

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