Um organismo que, assim como a água viva, pode passar despercebido por banhistas no mar. As Caravelas-portuguesas (Physalia physalis) apareceram nesta semana na praia de Baraqueçaba, situada na Região Central de São Sebastião. Apesar de serem avistadas com frequência no Oceano Atlântico, que envolve a costa brasileira, com a aproximação do feriado prolongado, aumenta o alerta aos desavisados que desejam ir às praias do Litoral Norte.
De acordo com o pesquisador Otto Miller, do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da Universidade de São Paulo (USP), algumas Caravelas-portuguesas também foram encontradas na praia localizada em frente ao Centro. Segundo ele, a presença da espécie exige que o banhista tenha atenção redobrada. “Ela causa queimaduras intensas e que podem, dependendo, da pessoa ou da forma em que ocorreu o encontro entre ela e o corpo humano, levar até a morte”, alerta. “O que provoca a queimadura é uma toxina que existe entre os tentáculos. A queimadura está entre as mais dolorosas”, explica.
Miller ainda destaca o banhista pode se confundir ao se deparar com um exemplar da espécie, isso porque, o flutuador mede em média 20 centímetros, porém os tentáculos, que geralmente ficam em torno de cinco metros de comprimento, podem ter até 20 metros. “O banhista pode se equivocar, porque mesmo achando que está longe do organismo, os tentáculos podem estar mais próximos, correndo o risco de tocar a pele da pessoa”, reforça.
Ele ainda alerta para os cuidados com as crianças. “Os menores ao verem o flutuante pensam que é um saco plástico, o que torna o risco de queimadura muito maior”.
Casos
Ainda de acordo com Miller, não são muitos os casos de vítimas fatais no Brasil, no entanto, um grande número de acidentes vem sendo noticiado nos últimos anos. Segundo ele, no verão de 1994, foram registrados cerca de 300 casos de acidentes nos litorais dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Outros cerca de 900 casos foram registrados na costa de São Paulo nos dias que antecederam o Réveillon entre 2007 e 2008. “As caravelas-portuguesas são animais oceânicos e a sua aproximação da costa depende de uma série de fatores físicos, como as correntes marinhas e os ventos, que podem levar à formação de agregações e “empurrá-las” para as áreas costeiras. Estes fenômenos podem ocorrer em diversas épocas do ano”, acrescenta o pesquisador. Ele recomenda um blog cientifico (www.jellynews.blogspot.com) com explicações sobre o tema.
Recomendações
- Evitar o banho de mar em áreas onde estes animais estão presentes na areia. Se alguns espécimes ficaram encalhados na areia, é bem possível que outros ainda estejam na água;
-Sair da água ao se observar a presença de um flutuador. Como os tentáculos são muito longos, uma pessoa pode se acidentar mesmo não estando tão perto dele;
-Nunca tocar no animal, mesmo que este esteja na areia, com aspecto de morto;
Em caso de acidente
- Lave bem a área atingida com água do mar. Nunca utilize água doce;
- Se houver pedaços dos tentáculos, retire-os cuidadosamente com o auxílio de algum objeto (nunca diretamente com a mão), evitando friccioná-los;
- Lave a região afetada com vinagre. Isso aliviará a dor e a inflamação, além de inativar a toxina;
- Aplique compressas de água do mar ou vinagre quente na região afetada. Temperaturas elevadas tendem a auxiliar na degeneração da toxina;
- Procure o serviço médico o mais rapidamente possível.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário